Errar é humano. Persistir no erro é tolice. E ainda pode levar à demissão. Muitos executivos não sabem, mas podem estar cometendo erros que, se não identificados e corrigidos, podem levar ao insucesso profissional.
Um dos equívocos mais comuns cometidos pelos executivos é a dificuldade em distinguir o que é urgente do que pode ser adiado, segundo Marcos Morita, especialista em estratégias empresariais.
“O profissional acaba perdendo a noção, tornando todo e qualquer assunto prioritário. Esta postura acaba contaminando seus subordinados e a área, cujo clima organizacional tende a se deteriorar rapidamente, trazendo stress, desmotivação e desligamentos.”
Marcelo Galano, gerente sênior em uma empresa multinacional, passou por essa experiência. Mas soube dar a volta por cima.
“Em certo momento da minha carreira achava que todas as demandas eram urgentes. Não sabia distinguir o prioritário do que poderia ser postergado e meus subordinados começaram a me cobrar. A alternativa foi devolver a cobrança aos meus superiores e posicionar a equipe. Deu certo”, lembra.
Mas esse não foi o único deslize cometido por ele. “Quando fui promovido ao um cargo gerencial não conseguia delegar as tarefas. Percebendo isso, sentei com minha equipe para falar abertamente sobre as funções de cada um, inclusive a minha. Expliquei que poderia falar da operação, discutir melhorias no processo, mas que não iria executar a tarefa. Dessa forma eles puderam cobrar meu papel de gestor”, diz o executivo, que ficou satisfeito com o resultado. “Começamos a cumprir os prazos estabelecidos no cronograma.”
Esse comportamento é conhecido como efeito formiga. “Também tem o efeito alpinista, quando os executivos pulam etapas em sua carreira e acabam não tendo a experiência necessária para lidar com certos assuntos, e o efeito casulo, quando o profissional fica por muito tempo em uma mesma companhia acaba reduzindo sua rede de contatos”, explica Morita.
As falhas de Galano adicionam-se a tantas outras citadaspor Morita. “Falta de consistência no discurso, devido à pressão por resultados; dedicação excessiva ao emprego, o que não sobra tempo para cursos e especializações e falta de alinhamento com diretores de outros departamentos.”
Rodrigo Forte, sócio da consultoria em recursos humanos Exec também adiciona outros itens à lista que, se não bem administrados, pode levar ao fim da carreira. “Muitos executivos optam pela vaga pesando apenas a remuneração, mas não avaliam outros fatores. Isso trará benefícios motivacionais no curto prazo, porém no médio prazo a insatisfação tende a crescer.”
A escolha da vaga apenas por necessidade financeira também é um erro, segundo Forte. “Quem segue esse caminho acaba prejudicando a própria carreira, já que nem sempre está em sua área de especialização”, pontua. “É mais comum entre profissionais que estão a bastante tempo disponíveis no mercado”, completa Forte.
Galano, que tem 17 anos de carreira, conseguiu reconhecer os erros e administra-los antes que o processo fosse irreversível. “Sei que cometer erros repetitivamente pode levar à demissão, já que o desempenho profissional fica aquém do esperado. Por isso me esforcei para corrigi-los”, completa.
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